Andando um dia desses ela avistou um cara, mas não era um cara qualquer. Aliás, era um cara qualquer, um desconhecido na multidão de pessoas, no mar de rostos inexpressivos e pernas débilmente velozes; mas se alguma maneira, ele não era como todos os outros.
Sua postura perfeita, seu olhar sóbrio e determinado, o lábio relaxado e todo selado, o cabelo estiloso, as roupas originais... tudo conspirava, tudo indicava que ele não era, só mais um cara perdido na grande cidade cinza.
Ela, toda sem-graça, aquele aparelho rídiculo, o cabelo esquisito, os olhares como flechas, os lábios retraídos, a mente em constante expansão. Pensou em todo o tipo de abordagem conhecida, mas tudo lhe parecia ridículo. Resolveu tentar o exótico, relaxar e falar oque viesse a mente. Perigoso? Talvez... mas, ela ia arriscar!
- Cara, você deve ser proibido! Nada que seja tão bom é permitido por lei.
Ele olha, com cara de surpresa, acha estranho, não entende bem...
- Desculpa, não entendi! (ao estilo: tá falando comigo?)
- Ok, eu explico! Coisas muuito boas, não são permitidas, então você deve ser proibido por lei, e ninguém te contou ainda!
Ele deu risada. Ponto para ela! Conseguiu faze-lo rir, já é um excelente começo.
Ela fica com medo, não sabe como dar o segundo passo, como continuar a conversa! Ela não está acostumada a abordar estranhos!!!
Eles começam a conversar, e ele todo simpático e solícito mostra que ela não precisa ficar tensa... devagar ela relaxar e vê com facilidade que além de bonito, o tal moço é também simpático, educado e divertido. Bom demais para ser verdade!
Ela sai a procura de defeitos dele, mostra seus pontos fracos, a fim de fragilizar a recém-nascida relação. Mas todas as tentativas vão por água abaixo. Ele a faz sentir tão bem, e demonstra que também está apreciando a conversa, além dos risos e pontos em comum, ele tem o nome certo, aquele nome que a moça tanto gosta, nome de arcanjo!
No meio de tanta cordialidade e diversão ele some, de repende, sem deixar traços... simplesmente desaparece num piscar de olhos. Ela procura, chama seu nome, desespera-se tentando encontrá-lo no meio da multidão... mas todo o esforço é em vão.
Como um sonho de criança que se esvai ao acordar, o doce estranho havia sumido.
Será que foi só um sonho que acabou?
Ela vai dormir, quem sabe o sonho continua...
Um Lugar Qualquer
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