Um Lugar Qualquer

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onde tudo é possível

sábado, 15 de março de 2008

Palha no Agulheiro

A minha esperança é preguiçosa... ela não gosta de trabalhar, talvez porque a razão tenha convencido-na de que ela é débil e inútil, ou talvez porque tenha percebido sua ineficacia em mim.

De toda forma, ela existe dentro de mim de forma latente. Fica num cantinho frio e úmido esperando libertação... Mas eu sou uma pessoa essencialmente racional, e decidi que a esperança só me faz sofrer, me faz ansear por coisas impossíveis... decidi que é melhor que ela durma, ou morra, como preferir.

Da mesma forma que os outros seres humanos comuns eu tenho desejos e vontades, mais extravagantes, ou mais simples, melhor, diferentes das vontades dos outros mas ainda assim... vontades humanas e normais. Me nego a crer, e a ansear pela realização destas vontades...

Hoje porém, ao contrário do que sempre ocorre, me vi tomada por uma alegria infantil e injustificável... vi-me controlada por uma esperança pura e ignóbil, que provavelmente me fará mal no futuro, mas o simples fato de senti-la me faz bem.

A simples possibilidade quase nula, mais ainda assim existente, de te ver já me faz sentir assim.
Temo por mim, não pela decepção ao não ter meus desejos realizados, mas exatamente pelo oposto.

Penso e quase convenço-me de que se você aparecer na minha porta como quem não quer nada, e sorrir... meu coração não aguenta!!

Embora eu seja muito saudavel, esse tipo de emoção não é normal...
Mas sem crises, eu dou um jeito.
Pode aparecer, eu aguento.

Como uma palha no meio de um agulheiro, um acorde no silêncio, um verso métrico num jornal, um metaleiro usando cor-de-rosa... assim é que eu me sinto, é novo, diferente, inexplicável, exótico...

A culpa é sua! Então...
Vem me ver!!

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