Um Lugar Qualquer

Um Lugar Qualquer
onde tudo é possível

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

## Desabafo ##

Já que ninguém lê isso mesmo, e a gente sabe que é verdade, não adianta tentar disfarçar... ninguém lê!
O que me permite fazer esse desabafo em público sem que ninguém fique sabendo...
Como uma voz solitária gritando numa multidão, ninguém pára para ouvir... o uníssono da baderna urbana sela os ouvidos da alienada população que nem se incomoda em tentar compreender o desespero alheio... mas sempre foi assim, e tudo bem, estamos habituados, não é verdade??

Bem, fim de ano normalmente me deixa tão feliz... com uma sensação palpitante do iminente recomeço, das novas possibilidades, oportunidades, experiências. A chegada do natal, que traz consigo um sentimento de paz, alegria, compaixão, amor, felicidade, solidariedade... aquele cheirinho de peru misturado com o aroma incomparável daquela sobremesa maravilhosa, e os sons típicos de risos, falatório, o bom-humor que exala uma vibração de alegria, cria-se então uma atmosfera de coisas boas que é irresistível.

Mas esse ano, eu não me sinto assim! Tinha tudo para estar radiante, passei de ano como uma das melhores da turma, passei (de treineiro) no vestibular, estou ganhando vários presentes adiantados, estou em paz com os meus amigos, saio bastante de casa, estou a uma semana de ir para a praia... e me sinto péssima!!!!!!!!

Minha conquista no vestibular não me alegrou tanto quanto deveria, sinto saudades de amigos antigos, presentes não satisfazem a minha angústia, me sinto gorda em qualquer roupa, nunca me entendo com o meu cabelo, acho defeitos em toda parte de mim, acordo cedo e vou à aulas que eu nem preciso assistir e ainda me avalio como uma preguiçosa que não estuda, fico deprimida pelo menos três vezes ao dia, fico ansiosa com bobagens, penso em coisas que ninguém deveria se atrever a pensar, não consigo me reconciliar com meu pai, e me convenço cada vez mais que meu coração é feito de gelo...

Me sinto uma pessoa péssima, feia, gorda, esquisita, desproporcional, enorme de gorda, nunca estou satisfeita com meu cabelo, nunca estou feliz com as roupas, nada parece ficar bem em mim... às vezes eu olho no espelho, experimento uma roupa, dá vontade de chorar... as pessoas dizem que é neurose, mas eu me acho sim: gorda, e feia, e esquisita, fora o meu sorriso é horrível...(mas está em prossesso, ficando feio para ficar lindo... ai cirurgia que não chega nunca!)

Desculpa te aborrecer com essas bobagens minhas, mas eu precisava tanto que alguém soubesse como eu me sinto... precisava tirar esse sentimento de dentro de mim, é muito destrutivo... até me sinto melhor agora!

Ah, fora isso, também me sinto mal... mas acho que é tudo por causa do Dostoiévski, aquele realista-pessimista tão convicto do que diz (porque ele está certo, fato), ser consciente traz uma depressão natural, é uma luta interior entre seu lado individualista, e seu lado preocupado com a sociedade, é sempre um conflito, você brigando com você mesmo... e às vezes, você se machuca, e se sente mal, confuso... e não é possível sair dessa vida, por que a confusão é constante, nunca pára, o sentimento não vai embora, porque a dualidade nunca deixa de existir... é um pesar tão grande esse pensar, que chega a angustiar a gente, tirar o sorriso do rosto...

Olha desculpe ficar aqui, falando de mim sem parar...
mas só para você não se preocupar comigo, eu não sempre assim...
nos outros dias eu sou uma pessoa toda felizinha, cheia de paz e alegria

mas há dias e dias...

vou contar um segredo, jura que não conta pra ninguém??

eu estou pelo menos dando uma chance ao método modelete de vida... chupa gelo menina!


maldita sociedade de aparências!!!!!!!!!!!



(=
fiquem com Deus...
muita paz!

Um comentário:

Livraria 30PorCento disse...

Eu tenho uma livraria virtual que talvez te interesse. A livraria chama-se 30PorCento e oferece 30% de desconto em TODOS os livros que vende, inclusive a coleção Dostoiévski, da Editora 34. O endereço é www.30porcento.com.br . Dá uma olhada.

PS: Eu leio!