Em homenagem ao meu anjinho do dia... (07 dez 07 // sexta-feira)
Enquanto a manhã preguiçosa de sexta-feira tentava se impor o céu; o sol, mais desanimado que nunca, se escondia atrás das corpulentas nuvens grisalhas de chuva que dominavam o espaço aéreo, sem deixar nem ao menos um pedaçinho de azul celeste para animar o dia.
A moça acordou atrasada, e deveria ir à pé para a aula... andava na rua com uma expressão branca, ainda não sei se dizer exatamente o porque, talvez fosse a melancolia do tempo chuvoso, ou talvez fosse apenas o resultado de mais uma noite mal dormida... enquanto caminhava, tentava pensar em alguma coisa para se distrair, mas nenhum pensamento surgia.
Em algum ponto, no início da tragetória ela percebe alguns pingos de chuva, pequenos e esparsos, mas ainda sim, chuva. Continua andando, e à medida que seus passos se tornam mais rápidos e firmes, mais espessos e numerosos se tornam os pingos de chuva, nesse momento sua expressão se fecha, talvez pelo amargor que carregava desde outrora, talvez por estar atrasada, talvez pela inesperada e inconveniente chuva, talvez por tudo, seu rosto fica sério, rebelde, tomado por sentimentos nefastos...
Segue seu caminho como se não se importasse com a chuva, com as pessoas ao seu redor, com o tempo... simplesmente não se importava com mais nada!
Via dentro dos carros pessoas conhecidas, mas que ela sabia que não parariam para oferecer ajuda, hoje em dia, quem se importa com o próximo??
Embebida do pessimismo dostoievskiano, e das mirabolantes teorias da conspiração e do caos, acreditava veementemente, que ninguém pararia para lhe ajudar, por isso nem tentava estabelecer contato visual com seus ditos colegas...
Em algum lugar no meio da tragetória, imagine, a essa hora já estava mais que atrasada, mais que convencida que a sociedade é um lixo, e que os homens não valem nada, rogando praga a toda criatura que lhe cruzasse o pensamento... e de repente um carro pára a alguns metros de distância, ao se aproximar dele, o motorista rapidamente abaixa o vidro, sorri para a amarga moça e a convida para entrar.
Atônita, impressionada, descrédula, impactada, ela reconhece o rapaz e entra no carro. Eles estudam na mesma escola, mas não se conhecem propriamente, apenas "de vista". Ele é simpático e agradável, ela, não sabe o que dizer, está surpresa demais para dizer algo que faça sentindo. Ela fala algumas frases confusas, ele ouve pacientemente, e responde quando ela lhe dá a chance.
Chegam na escola, e a moça abraça o rapaz como se ele fosse seu amigo, agradece a carona, e corre para tentar entrar na sala de aula...
Quem diria, que em meio a toda aquela escuridão de pensamentos e sentimentos, em meio a todo aquele pessimismo de um dia ruim, justamente um estranho iria tornar tudo melhor?
Era como o soldadinho de chumbo, cuidando da princesa enferma, pegando-a no colo e dizendo que vai ficar tudo bem...
Por toda a manhã, ela não conseguiu pensar em nada além daquele rapaz cortês. Ela estava enfeitiçada pela doçura e amabilidade dele... ao se esbarrarem no corredor, ela tenta sorrir, ele de fato sorri, mas nem nota a vontade que ela tinha de parar e conversar... os dois continuam seus caminhos...
Para ele, o dia pode ter sido "apenas mais um dia comum", mas para ela o dia foi especial, foi uma prova de que ainda há esperança, foi um foco de luz em meio ao negrume da sociedade.
Ela, nunca vai se esquecer do rapaz, mas ele talvez já tenha se esquecido dela.
Rapaz, te agradeço por tudo que me deu hoje, não só a carona, mas por ter me devolvido a esperança e ter salvo meu dia da profunda melancolia que pairava sobre mim...
TODO BEM QUE VOCÊ FAZ, UM DIA VOLTA (pode ter certeza)
não acreditava, mas hoje venho a crer
AINDA HÁ PESSOAS BOAS NO MUNDO!!!
**um dia que tinha tudo para ter sido péssimo, se tornou absolutamente formidável... viu só como você pode fazer o bem, e nem se dá conta??**
;]
Um Lugar Qualquer
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